O Ofício “Não ao Trigo Transgênico no Brasil” foi enviado ao presidente do Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, e aos outros 10 ministérios que integram o Conselho, ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos. O documento, assinado por 18 organizações e movimentos sociais, incluindo a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), chama atenção para os riscos da liberação comercial da farinha e da aprovação do cultivo do trigo geneticamente modificado HB4.
A aprovação do plantio do trigo transgênico no Brasil ocorreu no dia 1º/03/2023 pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), instância responsável pela liberação de organismos geneticamente modificados. As organizações denunciam que a decisão foi tomada sem que houvesse análises técnicas e debates públicos suficientes. Diante da situação, as entidades cobram a suspenção dos efeitos da decisão da CTNBio. Reforçam ainda que, além de uma questão técnica, a aprovação de biotecnologias no país deve necessariamente incluir a participação de diferentes setores da sociedade.
“A aprovação de um evento geneticamente modificado de trigo para ser resistente a um agrotóxico de alta toxicidade – o glufosinato de amônio -, além dos potenciais riscos aos distintos biomas e à saúde humana, pode trazer graves repercussões socioeconômicas para o país. Num momento de crise dos preços dos insumos agrícolas e dos alimentos, qualquer tecnologia que venha a repercutir nos custos de produção e na cadeia do trigo – alimento de consumo massivo da população, inclusive de baixa renda, é completamente descabida”, pontua o texto.