Por Eduardo Sá, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) / Mídia Ninja

Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) está realizando uma campanha de mobilização visando a incidência política nas candidaturas federais e estaduais deste ano. Chamada Agroecologia nas Eleições, a iniciativa tem como proposta dialogar e mostrar que existem caminhos possíveis para a construção e o fortalecimento de políticas públicas, a valorização da agricultura familiar camponesa, dos povos e comunidades tradicionais e da agroecologia. O objetivo é fortalecer a defesa do meio ambiente e da soberania e segurança alimentar e nutricional, valorizando iniciativas da sociedade civil organizada e dando visibilidade às inúmeras experiências que existem em cada canto deste país. Além de fortalecer a união entre o campo e a cidade, também são propósitos da campanha valorizar e defender o processo democrático, pautar as reivindicações do movimento agroecológico e debater as suas bandeiras de lutas.

Nos últimos dois anos a ANA realizou uma grande ação descentralizada em todos os estados, promovendo a incidência política no processo eleitoral municipal e de análise de políticas públicas municipais. Essa foi a primeira experiência da Agroecologia nas Eleições, em 2020, que depois foi desdobrada na iniciativa Agroecologia nos Municípios, desenvolvida ao longo de 2021. Ambas serviram de inspiração para a Articulação no processo eleitoral deste ano. De acordo com Flávia Londres, da secretaria executiva da ANA, em 2020 todas as redes de agroecologia foram mobilizadas e foi gerado um mapa identificando mais de 700 exemplos de políticas municipais de apoio à agroecologia e à soberania e segurança alimentar e nutricional. Naquele ano, segundo ela, mais de 1.200 candidaturas se comprometeram com as propostas da agenda da agroecologia na carta-compromisso e cerca de 10% delas foram eleitas.

“Fizemos uma grande ação de incidência no debate eleitoral e, em seguida, realizamos experiências piloto de incidência direta a nível local, promovendo o diálogo com o poder público para a criação e o aprimoramento de políticas públicas de apoio à agroecologia. Todo esse trabalho que desenvolvemos ao longo desses dois anos gerou aprendizados e referências que utilizamos para essa incidência agora no debate das eleições em 2022 a níveis estadual e federal. Elaboramos uma nova carta-compromisso (veja aqui) para que candidatas e candidatos assinem. Esse documento é uma síntese com questões prioritárias para pautar as candidaturas e um instrumento para o diálogo. Além disso, estamos finalizando uma nova pesquisa, desta vez sobre políticas estaduais de apoio à agroecologia, e também um documento sobre políticas federais, analisando os desmontes nos últimos anos e apresentando propostas”, afirmou Londres.

A carta-compromisso apresentada está organizada em cinco eixos estruturantes apontando convergências políticas consolidadas pela ANA nos últimos 20 anos. Inspirada em aprendizados e desafios identificados, visa a construção da agroecologia em todo o país. Nesse sentido, o apoio público dos candidatos de forma irrestrita e integral ao documento é condição inseparável com a construção de novos valores para a convivência e ecológica.

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