Um conjunto de 18 organizações e movimentos sociais, incluindo a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), lançou uma carta expondo o histórico de irregularidades da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela análise de organismos geneticamente modificados no país. O documento traz, em especial, informações sobre os riscos do trigo transgênico à biodiversidade, à saúde e à alimentação. As entidades reforçam que o processo de aprovação do produto foi “confuso e tumultuado”.
Continua, então, a pressão para que o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) se pronuncie sobre o tema. A carta foi protocolada em resposta a um parecer da CTNBio encaminhado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Sobre o pedido de cancelamento da decisão do comércio e plantio do trigo HB4 no Brasil, a Comissão, justamente o órgão questionado, mesmo sem apresentar novos dados, voltou a afirmar que o produto “ é seguro ao meio ambiente e à saúde humana e animal”.
Em contraponto, as entidades denunciam que, na única audiência promovida pela CTNBio sobre o tema, não não foram debatidos: o uso do agrotóxico glufosinato de amônio, veneno atrelado ao trigo transgênico e que é proibido em países da Europa; a determinação de normas para evitar a contaminação de lavouras de trigo não geneticamente modificado; os possíveis impactos no ar, na água e no solo, dentre outros pontos.