Por Renata Silva,
No dia 24 de julho, representantes de diversas entidades ligadas à Rede de Agroecologia Terra Sem Males, movimentos sociais, professores, sindicatos e órgãos do poder público estiveram reunidos em Ji-Paraná, no auditório da Fetagro (Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Rondônia) para discutir a situação da educação do campo no estado de Rondônia.
A educação do campo em Rondônia passa por diversos desafios tendo em vista que as escolas multi-seriadas e escolas pólos, criadas nos anos 90, estão sendo fechadas e os alunos precisam ser deslocados para as cidades mais próximas, percorrendo longos trechos em ônibus que muitas vezes não oferecem as mínimas condições de segurança e fazem com que crianças e jovens fiquem expostos na beira das estradas,
“ O fechamento das escolas colocam os alunos em contato com uma realidade que é muito distinta da realidade de origem deles. Nas escolas da cidade eles estão exposto ao uso e tráfico de drogas, prostituição. Além do preconceito que sofrem por serem do campo”, desabafou Maria Aparecida da Silva, representante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Rolim de Moura.
Apesar das escolas terem sido institucionalizadas no campo, não foi considerado a quem ela se destinava, qual o contexto onde estava situada, as relações sociais, a forma de produção, a cultura e a necessidade de formação sócio-político-profissional das pessoas que estavam sendo beneficiadas, dificultando desta forma a permanência dos jovens e suas famílias em suas terras.
“Precisamos de uma escola que resgate a auto-estima camponesa seus valores e saberes. Só assim conseguiremos manter as famílias produzindo no campo e garantindo a soberania alimentar do país”, ressaltou Matilde Oliveira Araújo, coordenadora nacional do MST.
Para o coordenador do Projeto Padre Ezequiel, José Aparecido de Oliveira, “se a educação não favorece a permanência do jovem no campo ela não pode ser considerada uma educação do campo”.
Ao final do encontro o grupo definiu como metas de ação:
1. Escrever nota de repúdio sobre a implantação da educação a Distância no Campo em RO.
2. Carta aberta âsociedade sobre a articulação Estadual de Educação do Campo.
3. Participar e pautar o tema da Educação do Campo na Conferência Estadual e Nacional de Educação, para formulação do PNE.
4. Fazer assembléias, reuniões nas comunidades e escolas com dificuldades nas secretarias de educação municipais e estaduais
5. Articular Um seminário Estadual de Educação do Campo no primeiro semestre de 2014 envolvendo todos os atores do campo, secretarias e universidades.
6. Debater o Projeto da proposta curricular do curso de Pedagogia da Terra e o projeto de Licenciatura de Educação do Campo.
7. Participar das conferências municipais, estaduais, e nacional de meio ambiente
(*) Fonte: Terra Sem Males.