Januária (MG) – Cerca de 600 pessoas marcharam no centro de Januária, no norte de Minas Gerais, na tarde de ontem (19) para a abertura do VIII Encontro Nacional da Articulação do Semi-Árido (EconASA). “Trajetórias de luta e resistência para a superação da pobreza e construção da cidadania” é o tema do evento, que será realizado até o dia 23 de novembro. Delegações de 10 estados do semiárido estarão reunidas com agricultores, técnicos e representantes governamentais em busca de fortalecer a convivência dos povos com o semiárido. Estão programadas plenárias, visitas de intercâmbio, oficinas e feiras , além do diálogo com o governo federal sobre as políticas públicas e a entrega de uma carta política ao final das atividades.
Segundo Leninha Sousa, da Coordenaão Executiva ASA Brasil, o encontro é uma síntese dessa coletividade e força que vem de cada agricultor, técnico e outros agentes para mostrar ao país que é possível fazer com que o semiárido seja um bom lugar para viver. Ela ressaltou que nos últimos anos foram realizadas muitas conquistas, mas alguns desafios permanecem para manter a luta dos movimentos viva.
“O mais importante é que nesse processo estabelecemos parcerias importantes, estamos ampliando nosso leque, com uma relação madura com o governo. Temos boas propostas de Juazeiro para cá, o que não signifcou confiança do governo que rompeu o apoio em certo momento. Vamos mostrar que além de fazer cisterma e organizar redes a ASA precisa ser respeitada e sua força política reconhecida. Esse encontro vai mostrar à sociedade como são as lutas no semiárido, um território de muitas contradições de um modelo hegemônico que quer dizimar as alternativas das comunidades tradicionais, quilombolas, geraizeras, etc, que mostram valentia e que é possível fazer a vida de outra forma”, destacou.
O trabalho com sementes, a luta da juventude e das mulheres, a comunicação da ASA, dentre outras atividades do movimento, foram destacadas. O momento agora é de reflexão para saber para onde e com quem, inclusive sua relação com o estado, o movimento vai seguir. De acordo com Leninha, os agricultores são responsáveis por colocar comida na mesa dos brasileiros, e suas experiências precisam ser valorizadas e ampliadas cada vez mais nas políticas públicas.
Representando a prefeitura, Judith Carneiro, secretária municipal de cultura, turismo e meio ambiente, deu as boas vindas aos visitantes. Por parte do estado, o subsecretário de agricultura familiar, Edmar Gadelha, parabenizou a ASA por mais esse encontro. Segundo ele, é muito importante na caminhada do povo do semiárido brasileiro.
“A importância da ASA na construção de um novo desenvolvimento no Brasil, primeiro pela forma que ela articula os movimentos sociais, segundo por causa do fundamento, que é esse conceito de convivência, quebrando aquelas ideias de combate à seca. Uma verdadeira quebra de paradigma, e a prátia de desenvolvimento com as tecnologias sociais. É o que tem de novo nos momvimentos sociais”, observou Gadelha.
Representando a Cáritas, uma das apoiadoras do evento, o bispo Dom José Moreira, ressaltou a importância das 22 cidades no semiárido do norte de minas. “A gente parabeniza esse encotro, porque vai criar mais resistência desse povo sofrido do norte de minas, esse semiárido de resistência. E espero que esse povo tenha mais apoio e coragem para lutar e defender seus direitos para sua sobrevivência”, observou.
Outra parceira do evento, a Fundação Banco do Brasil, foi representada Éder Mello, que disse ser uma satisfação muito grande para a entidade apoiar o trabalho que a ASA vem fazendo nos últimos anos.
“Pela beleza que a gente tem encontrado no fazer, caminhar e executar que a ASA tem feito nos últmos anos. Nós da Fundação do BB temos acompanhado, e queremos partilhar esse momento. Não titubeamos para apoiar esse encontro, porque sabemos a importância que a ASA tem para o país e a sociedade civil brasileira. A experiência da ASA é um exemplo não só para o Brasil, mas para o mundo: é um enraizamento na sociedade, as organizações não são de fachada, estão presente no dia a dia das pessoas, convivendo com o semiárido via tecnologias sociais.
Desde 2001 a tecnologia social vencedora do prêmio da Fundação foi a cisterna de placas, cujo seu objetivo hoje é chegar a 1,5 milhão nas políticas públicas do governo, complementou. A Fundação Banco do Brasil, segundo seu representante, acredita que a opção correta é apoiar a ASA para ajudar no desenvolvimento sustentável, atingir suas metas e mostrar que o movimento tem capacidade de fazer e no tempo certo teremos sucesso e atingir nossas metas, mostrar que a aSA e suas asociações tem capacidade de fazer e no tempo certo.