Nós, do Grupo de Trabalho (GT) Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), nos solidarizamos com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que no dia de ontem, 27/05, foi mais uma vez hostilizada, violentada, desrespeitada pelo machismo no Senado. 

Neste mesmo dia em que celebramos a posse da nova Ministra das Mulheres, Márcia Lopes, nos somamos às muitas vozes que denunciam a persistente violência política de gênero e raça. Essa violência atinge a todas nós, cotidianamente, e se intensifica contra mulheres que ousam ocupar espaços de poder com autonomia, dignidade e firmeza, como é o caso da MInistra  Marina Silva.

A postura da Ministra diante do Projeto de Lei 2159/2021, conhecido como PL da Devastação, é expressão de coragem e compromisso com os princípios constitucionais e com a vida. Sua firme oposição ao desmonte das políticas de licenciamento ambiental — que transfere ao capital a decisão sobre empreendimentos com impactos profundos nos territórios — é um ato de resistência que nos inspira.

Ao denunciar esse projeto que fragiliza ainda mais a proteção socioambiental, Marina Silva não defende apenas uma pauta técnica: ela defende os corpos, os territórios, a natureza, o futuro. Ela nos representa, e queremos dizer com todas as letras: Ministra Marina, a senhora não está sozinha. Todas somos Marina Silva!

Acordamos hoje com indignação diante de tamanha violência de gênero, mas também com a força renovada para seguir em luta. A luta por uma sociedade que enfrente, com profundidade e urgência, as desigualdades estruturais que nos atravessam — de gênero, raça, classe e território. O que sentimos é mais do que raiva: é o fogo da justiça queimando em nossos corações diante de um mundo capitalista, patriarcal, racista e destrutivo.

É também esperança. Esperança em movimento, em forma de luta coletiva. Não vamos nos calar. Nos envergonha o silêncio dos que se dizem aliados. Mas nossas vozes seguirão ecoando, porque nosso lugar é onde todas as mulheres devem estar: nos espaços de decisão, na defesa da vida, na linha de frente da transformação.