A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) manifesta sua profunda solidariedade à Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e à presidenta da entidade, Vânia Marques Pinto, a primeira mulher a ocupar esse cargo em sua história.

A ANA defende a rigorosa apuração dos fatos investigados pela “Operação Sem Desconto”, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), e a devida responsabilização de todas as pessoas envolvidas. Ao mesmo tempo, expressa sua confiança na organização e movimento de luta da CONTAG e reforça a importância de que aposentadas, aposentados e pensionistas prejudicados sejam devidamente ressarcidos.

Com mais de seis décadas de história, a CONTAG é referência na defesa dos direitos, da justiça social e da dignidade dos povos do campo, das florestas e das águas. A entidade tem papel essencial no fortalecimento do movimento sindical rural, com presença ativa desde os sindicatos de base nos municípios até as federações nos estados. Entre suas diversas contribuições, destacam-se a conquista da previdência rural, a luta pela reforma agrária, a valorização da agricultura familiar camponesa e a promoção da agroecologia como pilar de um modelo de desenvolvimento justo, sustentável e soberano.

A CONTAG também lidera a maior mobilização das mulheres rurais da América Latina, a Marcha das Margaridas, e constroi importantes mobilizações e campanhas, como o Grito da Terra Brasil e a Campanha Nacional Contra a Violência no Campo, entre outras iniciativas que reafirmam seu compromisso histórico com a vida, a democracia e os direitos humanos.

A ANA reitera sua total confiança na seriedade e na legitimidade da trajetória da CONTAG e repudia com veemência qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais, prática que atenta contra a democracia e ameaça conquistas históricas do povo brasileiro. Atacar a CONTAG é atacar milhares de trabalhadoras e trabalhadores rurais que garantem, cotidianamente, a soberania alimentar do nosso país.

É inaceitável que a CONTAG seja colocada no mesmo patamar de entidades sem compromisso com a classe trabalhadora, criadas com o objetivo de explorar aposentadas, aposentados e pensionistas que, muitas vezes, sobrevivem com uma renda mínima, insuficiente para arcar com as despesas do dia a dia.

Que a justiça atue com celeridade e rigor, assegurando a reparação das pessoas lesadas e protegendo a honra das organizações comprometidas com a justiça social e os direitos do povo do campo.