A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados realizou no final de novembro passado, uma audiência pública extraordinária com o tema “Agroecologia e Povos Indígenas”, com o objetivo de valorizar os conhecimentos ancestrais e práticas dos povos indígenas para a justiça climática e para fortalecer a luta pelo território e contra o marco temporal.
A audiência pública extraordinária reuniu representantes de diversos órgãos, movimentos e entidades, como o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e lideranças indígenas de diversas regiões do Brasil e foi proposta pela deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), presidenta da Comissão.
Raquel Tupinambá, do Grupo de Trabalho dos Povos Indígena da ANA, fez parte da mesa de abertura e falou: “Nós, povos indígenas, temos sentido nos nossos corpos-territórios e nos nossos corpos físicos o que tem acontecido em decorrência da emergência climática, e a gente realmente vivencia essa perda e esse colapso. A saída tem que ser esse olhar para a ancestralidade”. E ela questiona: “E como se fortalecer quando a gente tem um Estado brasileiro que está retirando nossos direitos e enfraquecendo nossas políticas? É um desafio enorme”.
O evento fez parte da programação do 1º Encontro Nacional de Agroecologia Indígena, realizado pelo GT dos Povos Indígenas, entre os dias 26 e 29 de novembro, no Instituto São Boaventura (ISB), na Capital Federal.