Apresentação

No momento em que apresentamos a publicação, “Os ODS à Luz dos
Direitos Humanos”, organizada pelo PAD, o Brasil vive um tempo de
desesperança. E é justa e corajosamente neste momento desalenta-dor
que a análise crítica dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS), realizada a partir da defesa de direitos humanos e da atuação
de organizações, redes e movimentos sociais no campo de defesa e
garantias de direitos, se faz uma iniciativa necessária de atualização
e monitoramento da agenda proposta pela ONU no Brasil.


O racismo, o patriarcado e a financeirização dos bens comuns são
vetores de desigualdades históricas e naturalizadas pelas marcas
irreparáveis da violência contra o povo negro, as mulheres, os povos
indígenas, povos e comunidades tradicionais.


A publicação que aqui se apresenta é uma possibilidade insurgente
de dialogar com a Agenda 2030, à sombra de um Jequitibá-rosa
em extinção, às margens das nascentes dos rios ameaçados pela
mineração, nas manifestações antirracistas contra os assassinatos
de negras e negros, nas lutas feministas em defesa dos corpos e
vidas das meninas e mulheres, e em destemida oposição a governos
fundamentalistas e conversadores que ataca e reduz políticas sociais
em nome de uma ideologia de branqueamento, como afirma Lélia
Gonzales.


A esperança brota da existência persistente e resiliente das
organizações, redes, fóruns e movimentos sociais que atuam
diretamente na execução de programas e projetos junto a pessoas,
grupos e territórios – no enfrentamento à fome, ao racismo e à
misoginia, à devastação socioambiental, ao desmonte da educação
e saúde pública, da agricultura familiar agroecológica, da economia
popular solidária, da laicidade do estado, e do direito à participação
social.


Há décadas essas organizações atuam e incidem pela garantia e
implementação de políticas públicas e por mudanças profundas na
estrutura colonial produtora de desigualdades no Brasil. Há décadas
também incidem junto a parceiros internacionais para que os acordos
comerciais entre os países não sejam pactuados em detrimentos da
dignidade das pessoas e dos bens comuns. É a partir desse lugar, que
a leitora e o leitor terão a possibilidade de analisar o contexto político
dos ODS nas entranhas da sociedade brasileira. Esperançando,
porque da luta: não se desiste jamais.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A PUBLICAÇÃO

ODS à luz dos Direitos humanos é uma publicação do PAD – Processo de Articulação e Diálogo em parceria com:
Ação Educativa
Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil (AMDH)
Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB)
Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB)
Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)
Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (ABONG)
ASA- Articulação no Semiárido Brasileiro
Centro Sabiá
Centro Nordestino de Medicina Popular (CNMP)
Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP)
Centro de Estudos e Defesa do negro do Pará (Cedenpa)
Centro Dom Helder Câmara (CENDHEC)
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
Centro de Assessoria Multiprofissional (CAMP)
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)
FASE – Solidariedade e Educação
Fórum Ecumênico Act Brasil (FEACT)
Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental
Fundação Luterana de Diaconia (FLD)
GT Agenda 2030
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE)
Instituto Terramar
Movimento dos Atingidos e Atingidas por barragens (MAB)
Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP)
SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia