Por Viviane Brochart e Gilka Resende

 
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) divulgou na noite desse sábado, 02/06, em Belo Horizonte (MG), a Carta Política do IV Encontro Nacional de Agroecologia (IV ENA). Aprovada por 2 mil pessoas participantes do evento, de todos os estados do Brasil, a Carta apresenta denúncias contra a violência e o autoritarismo do latifúndio e de projetos do grande capital, que exploram a natureza de forma predatória para a produção de commoditties. O documento  evidencia, ainda,  as lutas e as conquistas dos movimentos social e sindical, redes, articulações e organizações do campo e da cidade, além da diversidade das práticas agroecológicas.

 
Na Plenária Final do IV ENA também foram apresentadas moções de repúdio e de solidariedade e cartas das mulheres, das juventudes e dos povos indígenas e quilombolas. Mulheres negras e indígenas ocuparam o espaço para dizer que “se há racismo, não é agroecologia”, uma das mensagens mais fortes da noite. Também foi dito que a agroecologia se faz na rua e esta edição do ENA foi a primeira a acontecer em praça pública. Essa opção sinaliza o empenho do movimento agroecológico de estabelecer diálogos entre campo e cidade.

 
O IV ENA se configura como um espaço de compartilhamento de saberes construídos ao longo dos inúmeros encontros preparatórios realizados em diversas localidades do Brasil. Esses momentos de mobilização contribuíram para fortalecer as articulações e redes locais, estaduais e regionais de agroecologia, convergindo para uma mesma direção: a democracia e o bem viver.

 
Encerrando o IV ENA acontece, neste domingo, 03, o ato público unificado da ANA e do Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação (Sindiute). A  concentração é  na Praça da Liberdade, a partir das 8h, saindo em caminhada pela Avenida Augusto Lima. A manifestação segue em direção ao Parque Municipal de Belo Horizonte, onde ocorre o Banquete Agroecológico Popular  “Comida de Verdade, no campo e na cidade”, previsto para as 10h, com alimentação saudável, de qualidade e gratuita. No Parque também acontecerá, das 9h às 13h, a Feira de Saberes e Sabores da Agroecologia, o Espaço da Saúde e a Praça da Alimentação.

 

 

Edição: Laudenice Oliveira

 

1 comentário

  • Muito importante este grande trabalho agroecológico, e principalmente para as terras indígenas!