Por Articulação Popular São Francisco Vivo,
Resistência, esperança, realidade, luta, organização, pertencimento, sofrimento, religiosidade, vida e morte. Essas foram algumas das palavras utilizadas pelas equipes que participaram do Mutirão do Cerrado para descrever as comunidades visitadas no período de 9 a 11 de setembro no Oeste da Bahia e Norte de Minas Gerais.
As seis equipes que participaram do mutirão se reuniram nesta sexta-feira, 12 de setembro, para relatar as experiências vividas em 38 comunidades de 12 municípios: Côcos, Coribe, Correntina, Jaborandi e Santa Maria da Vitória, na Bahia, e Arinos, Chapada Gaúcha, Itacarambi, Jaíba, Januária, Matias Cardoso e São João das Missões, em Minas Gerais.Avaliação Mutirão
As equipes compostas por lideranças de comunidades e representantes de entidades e organizações passaram três dias visitando e observando as condições de vida dos povos e as dificuldades de sobrevivência enfrentadas na região. No total mais de 1100 pessoas foram visitadas e participaram das reuniões dos grupos.
O sociólogo Ruben Siqueira, da Comissão Pastoral da Terra da Bahia, que fez uma síntese das observações das equipes, ressaltou que o tema mais falado foi a água, seja da seca dos rios e dos problemas com grandes projetos de irrigação, desmatamento das nascentes e poluição por meio de agrotóxicos.
Também foi observado que as famílias permanecem em seus territórios através das mais diversas formas de organização como cooperativas e associações, fortalecendo as suas identidades e cultura.
As equipes se reunirão novamente no dia 20 de novembro para discutir os encaminhamentos do Mutirão do Cerrado e estabelecer formas de trocas de informações e de potencialização dos organismos de apoio e denúncias.
O Mutirão, promovido pela Articulação São Francisco Vivo, fez parte das atividades da Semana do Cerrado, que tem como tema “Cerrado em pé: Do berço das Águas um clamor pela Vida!”.
A Semana do Cerrado será encerrada no sábado, 13 de setembro, com a Primeira Romaria do Cerrado, que foi planejada pelas lideranças das comunidades e entidades da região para celebrar todas as formas de vida e de resistência do Cerrado, mas também para denunciar as mazelas que o projeto do capital tem trazido para a região e para as comunidades centenárias. A Romaria será realizada na cidade de Côcos, a partir das 9h.