ocupacao pePor Ramiro Olivier
Da Página do MST

Cerca de 1500 Sem Terra já realizaram 11 ocupações de terras e Engenhos falidos em todo o estado de Pernambuco, durante a Jornada Nacional de Luta Pela Reforma Agrária Popular.

Na tarde desta terça-feira (29/04), cerca de 100 trabalhadores rurais ligados ao MST ocuparam o Engenho Estivas, município de Escada. Pela manhã, mais de 60 famílias ocuparam a Fazenda Paus Preto, em Floresta, no Sertão do estado.

Segundo Leila Silva, da direção estadual do MST, “ainda existe muito Sem Terra em Pernambuco, e em contraste, muito latifúndio improdutivo no estado. Ocupar terra é uma ação para pressionar os governantes do país a fazer a tão sonha Reforma Agrária”.

Nesta segunda-feira (28), em Vitória de Santo Antão, região metropolitana do estado, 220 famílias ocuparam o Engenho São Francisco, uma área da Usina Serra Grande de aproximadamente 500 hectares.

Na mesma região Metropolitana, em São Lourenço da Mata, outras 60 famílias ocuparam os 600 hectares do Engenho Curupatí, da Usina Bulhões.

Em Moreno, 200 famílias ocuparam o Engenho Moreno e outras 180 ocuparam uma antiga fábrica de roupas abandonada há alguns anos, com a ocupação Urbana denominada Contonifício.

No município de Pombos, 120 famílias Sem Terra fizeram a reocupação do Engenho Cachoeira Cajóca, da Usina Nossa Senhora do Carmo.

Na região Mata sul do estado, cerca de 100 trabalhadores ocuparam o Engenho Arranca e Almécega, ambos falidos há alguns anos.

ocpu peNa região Litoral Norte foi ocupado o Engenho Belo Horizonte, no município de Goiana, com 50 famílias Sem Terra.

No Sertão, região Itaparica, no município de Petrolândia, a Fazenda Papagaio foi reocupada com aproximadamente 100 famílias.

Denúncia

Em Pernambuco, há acampamentos que existem há mais de 14 anos, sendo que nos últimos três anos não houve nenhuma desapropriação de terra.

Segundo Jaime Amorim, da direção estadual do MST, “as famílias permanecem em processo de resistência, mas não existe interesse do governo federal em desapropriar as terras para Reforma Agrária”.

Os Sem Terra também denunciam o fato do Brasil ser o segundo país que mais concentra terras no mundo (fincado atrás apenas do Paraguai), sendo controlados em sua maioria pelas companhias transnacionais.

Além disso, também denunciam a lógica do latifúndio, que controla grande parte das terras agriculturáveis e as mantêm improdutivas para que o agronegócio avance sobre elas, com suas monoculturas em larga escala e barrando a Reforma Agrária.