“Esta feira é a prova mais cabal, mais concreta, mais real de como vale a pena o país investir no processo da reforma agrária, no processo do assentamento, no processo do apoio à agricultura familiar.” A afirmação foi feita na noite desta segunda-feira (10/2) pelo ministro Gilberto Carvalho, ao participar da abertura da Mostra Nacional da Cultura e Produção Camponesa, evento que faz parte do 6º Congresso Nacional do MST.

Na ocasião, Carvalho ressaltou a importância dos investimentos na agricultura familiar. “O melhor dinheiro investido pelo governo, o dinheiro que mais tem retorno, é exatamente esse dinheiro – pouco ainda – que nós investimos na organização dos trabalhadores, na organização dos sistemas de produção da agricultura familiar e da agricultura assentada. É um milagre verdadeiro o que essas cooperativas produzem. Porque, para além dos frutos materiais que temos aqui, para além desse programa extraordinário que é o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), – que nós vamos defender até o final –, que leva o alimento sem intermediários até as crianças, até aqueles que precisam, e que, portanto, valoriza a produção e valoriza a vida das pessoas que recebem esse alimento, esses programas constroem a autonomia das pessoas, constroem cidadania. É esse o Brasil que nós sonhamos”, concluiu o ministro.

A Mostra Nacional da Cultura e Produção Camponesa é um espaço de demonstração e comercialização dos alimentos produzidos pelos assentamentos de reforma agrária. No local, estão montadas 12 pequenas agroindústrias de beneficiamento, entre elas de erva-mate, cachaça, e farinha. A feira acontece até o dia 13 de fevereiro, no estacionamento do Ginásio Nílson Nelson, em Brasília.

Oficinas de Participação Social – Na quarta-feira (12/2), a Secretaria-Geral da Presidência da República promoverá, durante o Congresso Nacional do MST, duas oficinas de Participação Social voltadas para a disseminação das iniciativas do Programa de Agroindustrialização Terra Forte e do Plano Brasil Agroecológico. Os eventos serão realizados na Mostra Nacional da Cultura e Produção Camponesa, que acontece paralelo ao Congresso do MST, das 9h às 12h.

A apresentação do Plano Brasil Agroecológico será feita pelo assessor especial da SG, Selvino Heck, e por Valter Bianchini, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Já o Programa de Agroindustrialização Terra Forte será apresentado por Maria da Conceição, da Fundação Banco do Brasil; e por Cesar Aldrighi, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os líderes de cooperativas de produção agroecológica e agroindústrias, Chicão e Rascunho, serão os palestrantes do movimento social nas oficinas.

As oficinas são voltadas a assentados da reforma agrária, agricultores familiares, técnicos de Assistência Técnica e Extensão Rural, dirigentes de cooperativas e do setor produção do MST, além de representantes do governo federal.

O 6º Congresso Nacional do MST acontece em Brasília de 10 a 14 de fevereiro. Com o lema “Lutar, construir Reforma Agrária Popular”, 15 mil trabalhadores e trabalhadoras de 23 estados brasileiros, além de 250 convidados internacionais, participam da maior instância de decisão do Movimento. O objetivo é discutir e fazer um balanço da atual situação do Movimento, traçar novas formas de luta pela terra, pela reforma agrária e por transformações sociais, além de comemorar seus 30 anos de existência.

Na programação estão debates em torno do desafio organizativo do Movimento, o papel político dos assentamentos, a participação da mulher e dos jovens na luta; o ato político e a marcha em defesa da reforma agrária; atividades culturais; além da Mostra Nacional da Cultura e Produção Camponesa, um espaço de demonstração e comercialização dos alimentos produzidos pelos assentamentos.

(*) Fonte: Comunicação da Secretaria Geral da Presidência da República. Com edição da Articulação Nacional de Agroecologia.