Dissertação de mestrado realizada por Maria Rita Reis, aprovada no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UNB), aborda a organização dos Bancos de Sementes promovida por camponeses e organizações rurais em algumas regiões do país.
Segue o resumo da dissetarção “Tecnologia Social de Produção de Sementes e Agrobiodiversidade”:
Este trabalho tem como objetivo caracterizar o contexto de emergência das tecnologias sociais de produção de sementes, seu caráter alternativo ao padrão tecnológico hegemônico e os desafios para sua consolidação. Para tanto, a partir das premissas da teoria do ator – rede, foram identificados os principais elementos da rede sociotécnica das sementes na contemporaneidade, bem como a dinâmica tecnológica instituída pelos atores hegemônicos e as controvérsias em sua constituição. A partir da análise das experiências estudadas foi possível identificar a existência de intervenções contra-hegemônicas no campo produtivo, que podem ser caracterizadas como tecnologias sociais de produção de sementes. Tais tecnologias baseiam-se em valores distintos daqueles incorporados pelas tecnologias hegemônicas, notadamente, a valorização da agrobiodiversidade e o livre intercâmbio de sementes. Foram também analisadas políticas alternativas geradas a partir dessas intervenções contra-hegemônicas: os direitos dos agricultores e a construção da agroecologia como campo de conhecimento. Por fim, foram identificados os principais obstáculos enfrentados para a consolidação das tecnologias sociais de produção de sementes, sobretudo no âmbito da atual legislação sobre recursos genéticos.