
Agroecologia nos territórios brasileiros é caminho para Justiça Climática
Em meio às secas e tempestades que têm atravessado os territórios e as vidas da população brasileira, a agroecologia floresce, no presente, como caminho de luta, resistência e construção de um novo amanhã. Coordenado pelo Grupo de Trabalho (GT) Justiça Climática e Agroecologia da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), o projeto “Redes de agroecologia no enfrentamento às mudanças climáticas: uma pesquisa-ação desde os territórios” surge com o objetivo de produzir conhecimento sobre a interface entre a agroecologia e as estratégias de enfrentamento das mudanças climáticas.
O projeto consiste na realização de uma pesquisa-ação em dois níveis de investigação: 1) identificação de experiências de agroecologia desenvolvidas por organizações, movimentos sociais, redes, grupos e coletivos nos territórios diante das mudanças climáticas; 2) análises quantitativas e qualitativas sobre as ações coletivas promovidas por cinco redes de agroecologia, em cada uma das regiões brasileiras.
Ao longo de todo o processo de pesquisa-ação, pretendemos refletir sobre as práticas necessárias para conjugar a construção de sistemas agroalimentares justos e resilientes com a justiça climática, incluindo tensionar as falsas soluções que têm sido propagadas como saída, mas que, ao contrário, intensificam desigualdades e a crise climática.
Mais que dados e análises, a pesquisa-ação quer mobilizar corações e mentes e potencializar narrativas na perspectiva da agroecologia que despontam da vida nos territórios. Também temos a intenção de incidir na construção de políticas públicas que sejam capazes de promover a justiça climática no Brasil e no mundo. Os resultados serão ecoados em grandes encontros, como o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), a Cúpula dos Povos rumo à COP 30 e o V Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), mostrando como o futuro sustentável brota da terra e das mãos de quem a cuida.
Além da ANA, o projeto conta com a força coletiva de organizações como a Fase – Solidariedade e Educação, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia e a Associação Agroecológica Tijupá.
Uma pesquisa-ação desde os territórios
A primeira fase da pesquisa-ação (Nível 1) acontecerá de abril a junho de 2025. Nessa etapa, será realizado um mapeamento nacional das experiências promovidas por organizações, movimentos sociais, redes, grupos e coletivos em todo o Brasil, com a intenção de compreender o estado da arte das ações de agroecologia diante das mudanças climáticas.
Quais iniciativas acontecem nos diferentes territórios? Quem protagoniza essas ações? Quais são os desafios enfrentados e que caminhos coletivos a experiência aponta como inspiração? De que maneira as iniciativas de agroecologia contribuem com o enfrentamento das mudanças climáticas? Essas são algumas das questões que o mapeamento pretende investigar nos territórios.
Todos os dados coletados serão armazenados na Plataforma Agroecologia em Rede. Após uma análise criteriosa e cuidadosa para que dados sensíveis dos sujeitos e de suas organizações não sejam expostos, algumas informações serão disponibilizadas em peças de comunicação online e impressas, visando construir um espaço de referência sobre a interface agroecologia e mudanças climáticas.
Com isso, teremos à disposição uma ampla gama de conhecimentos que pode influenciar, sob a perspectiva da agroecologia, o desenho de políticas públicas e os espaços de participação da sociedade civil que tratam da pauta climática. Por isso, é muito importante que as organizações, os movimentos sociais, redes, grupos e coletivos de agroecologia em todo o Brasil mobilizem seus territórios e se engajem nessa iniciativa da ANA.
Se você participa de alguma experiência de agroecologia que desenvolve estratégias de enfrentamento das mudanças climáticas, acesse e preencha o formulário no link abaixo:
- Amazônia (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins): Lívia Santos – [email protected]
- Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul): Valéria Barbosa – [email protected]
- Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe): Luiza Carolina – [email protected]
- Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo): Luísa Melgaço – [email protected]
- Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul): Cecile Follet – [email protected]