Estamos acompanhando com grande alegria como o processo de mobilização do IV ENA ganha cada vez mais força em todo o país. São diversos encontros nas comunidades, nos territórios, nos estados, nas regiões. São caravanas, rodas de conversa, cine debates, almoços agroecológicos, e muitas outras iniciativas que mostram o crescimento e a vibração de nosso movimento agroecológico, e a nossa vontade de fortalecer as nossas organizações e lutas, com unidade na diversidade, em defesa da Agroecologia e da Democracia Unindo Campo e Cidade.
Esta nota tem por objetivo esclarecer algumas questões importantes sobre a participação no IV ENA, que será realizado no Parque Municipal em Belo Horizonte, de 31 de maio a 3 de junho de 2018.
O IV ENA não é um encontro com 100% de sua programação aberta ao público.
Nos dias 2 e 3 de junho, sábado e domingo, as atividades serão abertas: Oficinas, Feira de Saberes e Sabores, Rodas de Conversa, Apresentações Artístico-Culturais, Banquete Público Agroecológico, dentre outras. Queremos que muita gente participe do ENA nestes dois dias.
Porém, nos dias 31 de maio e 1º de junho (quinta e sexta-feira), as atividades do IV ENA serão restritas às 2.000 pessoas previamente inscritas. Destas, 70% devem ser agricultores e agricultoras, no mínimo 50% mulheres e 30% jovens. Das 2.000 pessoas, 1.700 são indicadas pelas redes/articulações/fóruns estaduais de agroecologia, formando as delegações estaduais. Dentre as outras 300 pessoas, estão gestores públicos de órgãos do Estado Brasileiro e de alguns governos estaduais e municipais que têm políticas de apoio à agroecologia, representantes de agências da cooperação internacional, dos movimentos sociais e redes regionais que fazem parte da ANA, convidados/as representando movimentos sociais e redes parceiras da ANA, representantes de organizações parceiras de outros países da América Latina e da África e jornalistas da mídia alternativa. O convite a estas 300 pessoas está sob responsabilidade da comissão executiva do IV ENA.
Por que as atividades nos dias 31 de maio e 1º de junho são restritas a estas 2.000 pessoas? Por que estas atividades não são abertas às pessoas que, mesmo não compondo as delegações dos seus estados, têm condições de ir por conta própria? Pelas razões que explicaremos a seguir.
O ENA é um encontro planejado para ter participação ativa e efetiva de agricultores e agricultoras portadores de experiências em agroecologia. Sabemos que, mesmo com os avanços recentes, são eles e elas que menos têm oportunidades de participar de encontros nacionais, e que, se abrirmos para quem puder ir por conta própria, iremos certamente reduzir este percentual de 70% de agricultoras e agricultoras, o que não queremos que aconteça.
A segunda razão é de natureza metodológica. Estamos organizando os momentos de debate nos dias 31 de maio e 1º de junho para que muitas pessoas possam se expressar, mais uma vez com prioridade aos agricultores e às agricultoras. Avaliamos que com mais de 2.000 pessoas, com o pouco tempo que teremos, comprometemos a qualidade da participação.
A terceira razão tem a ver com o fato de que o IV ENA deve fortalecer as dinâmicas que já existem nos estados, e portanto queremos estimular nos estados o debate sobre quem irá participar em nome da rede/articulação/fórum estadual, sobre quais os critérios para esta definição, o que inclui o debate sobre as responsabilidades de cada um e cada uma durante o ENA e no pós-ENA. Isso fortalece o movimento agroecológico nos estados.
A quarta razão é de ordem prática. Só teremos condições, com os recursos financeiros que mobilizamos, de fornecer alimentação e hospedagem para as 2.000 pessoas previamente inscritas. E as tendas que serão montadas no Parque Municipal para a realização dos debates nos dias 31 de maio e 1º de junho só comportam, no máximo, 2.000 pessoas.
Entendemos o ENA não como um evento que começa e termina nele mesmo, mas como parte importante de um processo de fortalecimento da ANA como uma rede ampla, diversa, plural e permanentemente aberta à chegada de pessoas e organizações que desenvolvem experiências em agroecologia.
Quem não for contemplado nas delegações estaduais e puder ir ao ENA, poderá participar nas atividades nos dias 2 e 3 de junho. Para quem não for ao IV ENA, haverá muitas oportunidades de participar das atividades promovidas pelo nosso crescente e cada vez mais vibrante movimento agroecológico, como as atividades pós-ENA nos estados. Como um encontro de caráter nacional totalmente aberto à participação de quem puder ir por conta própria, queremos aqui destacar os Congressos Brasileiros de Agroecologia (CBAs), cuja última edição foi em Brasília, em 2017, com mais de 5.000 participantes, e que terá a sua próxima parada em Aracajú, Sergipe, em 2019. O CBA também faz parte do calendário de mobilização do campo agroecológico brasileiro. Há ainda outras atividades importantes na luta pela democracia e construção de um projeto popular para o Brasil, como por exemplo o Congresso do Povo Brasileiro e outras atividades organizadas pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Um grande abraço!
Seguimos, firmes em nossas lutas e mobilizações!
Comissão Executiva do IV ENA