Uma pesquisa de doutorado do Instituto de Biologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), demonstra que comunidades rurais que fazem o extrativismo do buriti conquistam renda e colaboram com a conservação da espécie.
A planta da qual se aproveita tudo, da folha ao óleo, é tratada como “árvore da vida”, sobretudo pelos trabalhadores. O engenheiro florestal Maurício Bonesso Sampaio demonstrou por meio de seu estudo que, mesmo que sejam removidos até 70% dos frutos pelas populações, a extração do buriti ainda não será de demasiado impacto.
Sampaio declarou ao Jornal da Unicamp que o extrativista não prejudica a semente pois, em sua atividade, apenas retira a polpa dos frutos. Como as sementes ficam intactas, se forem retornadas ao brejo, a reprodução do buriti seguirá o seu curso normal.
Os doces caseiros de buriti são os que mais agradam, sendo produzidos e comercializados no Brasil pelos próprios extrativistas, moradores das zonas rurais. Entretanto, outras indústrias também estão interessadas no seu óleo, em geral do ramo cosmético.
O buriti, o estudioso conta, é mais encontrado na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e em uma pequena área da Caatinga. Em São Paulo, onde existe uma menor faixa do norte do estado, está classificado como “em perigo” na lista oficial das espécies da flora com risco de extinção.
Em sua tese, Sampaio ressaltou que a planta é ameaçada principalmente pelas queimadas e pelo desmatamento. A pesquisa também apresenta populações que estão reagindo a esse tipo de exploração. Para realizar o doutorado sobre o extrativismo familiar de buriti, o pesquisador focou sua investigação nos estados do Piauí e de Tocantins.
(*) Reportagem reproduzida da Pulsar Brasil.