Por Iana Reis e Neudicléia de Oliveira
Da Página do MST
Centenas de pessoas participaram da 11° Abertura Oficial da Colheita do Arroz Agroecológico na última terça-feira (4), no Assentamento do MST rebatizado com o nome de Hugo Chávez – em homenagem ao líder boliviano, falecido há um ano no dia 4 -, no município de Tapes, região sul do Rio Grande do Sul.
Na abertura da atividade, Émerson Giacomelli, da coordenação estadual do MST e representante Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, fez a saudação inicial ao enfatizar que a produção é fruto da luta das famílias assentadas e do enorme respeito ao meio ambiente.
Segundo Giacomelli, a produção deste ano deve chegar a 426,7 mil sacas (em torno de 21,3 mil toneladas) de arroz livre de agrotóxicos.
O Secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDR), Ivar Pavan, esteve presente no ato, ao salientar que uma das prioridades do atual governo é o incentivo à produção de alimentos saudáveis.
“Não apenas criamos uma secretaria, mas criamos políticas e colocamos no centro da agricultura familiar a produção de alimentos saudáveis e a valorização daqueles que produzem e se dedicam a produzir comida para alimentar a cidade”, disse.
Ao todo, existem 4.398 hectares de área plantada com o arroz, cuja produção é desenvolvida por 501 famílias assentadas, distribuídas em 15 assentamentos de 12 municípios.
Giacomelli também salientou que devem ser produzidas 26,7 mil sacas de sementes agroecológicas numa área de 249,7 hectares. Esta atividade envolve 22 famílias de oito assentamentos, em sete municípios.
O assentamento Hugo Chávez (antigo Lagoa do Junco) é um dos pioneiros na produção orgânica de arroz. Este ano, 11 famílias se dedicaram ao cultivo de 154 hectares.
O produto
O arroz agroecológico começou a ser cultivado em 1999 nos assentamentos de Reforma Agrária da região metropolitana de Porto Alegre.
Em todas as etapas da cadeia produtiva – produção, agroindustrialização e comercialização –, desde 2002 a qualidade recebe o certificado de produto orgânico com base em normas nacionais e internacionais.
A produção segue os preceitos da agroecologia, dentro de um sistema que busca estabelecer relação de integração entre o ser humano, recursos naturais e equilíbrio bioquímico do ecossistema banhado.
O processo é coordenado pela Cooperativa Central dos Assentamentos do RS (Coceargs) e pela Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap).
A iniciativa também é acompanhada e apoiada pelo Incra/RS. O Instituto regula o plantio através de editais, lançados a cada safra, em que os produtores devem observar o perímetro de irrigação, os lotes de parcelamento e as determinações de licença ambiental.