logo_anaA criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso respondeu a uma demanda dos movimentos sociais do campo brasileiro e a uma necessidade de dotar o governo de um mecanismo de administração de políticas públicas voltadas para a agricultura familiar. Nos governos dos presidentes Lula e Dilma este ministério cresceu e formulou e executou um conjunto amplo de políticas de desenvolvimento: crédito, seguro agrícola, assistência técnica e extensão rural e reforma agrária, além de promover programas de compras institucionais de alimentos através da CONAB/MAPA (PAA) e do MEC/FNDE (PNAE) e de pesquisa e produção de sementes com a EMBRAPA/MAPA e de pesquisa/formação/extensão através do CNPq/MCTI.

Este conjunto de políticas atingiu um público de cerca de dois (2) milhões de famílias agricultoras, inclusive assentados/as da reforma agrária, povos tradicionais, indígenas, quilombolas, mulheres e jovens com amplos efeitos positivos na sua renda e nas suas condições de vida e de trabalho, o que contribuiu para que o Brasil pudesse sair do Mapa da Fome das Nações Unidas.

Estas políticas foram elaboradas e implementadas com ampla e intensa participação de representantes de todos os atores envolvidos na promoção do desenvolvimento: organizações de produtores, de mulheres, de jovens, de indígenas, de quilombolas, de extrativistas, de pescadores, de entidades de assistência técnica, de entidades de educação do campo vindas de todos os biomas do país. Esta experiência participativa de elaboração de politicas públicas foi articulada através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF) e não tem precedentes no Brasil e no mundo. Cabe também destacar a participação ativa do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO).

As políticas do MDA evoluíram ao longo dos últimos 13 anos para adotar a meta de apoiar a agricultura familiar para a produção sustentável de alimentos saudáveis através da promoção da agroecologia. Esta proposta ficou consagrada tanto na I Conferencia Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural como na II Conferencia Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, bem como na elaboração do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO) que envolveu 11 ministérios sob a coordenação do MDA e da Secretaria de Governo.

Outras políticas que beneficiaram a agricultura familiar, coordenadas por outros ministérios, tais como os programas Um Milhão de Cisternas e Uma Terra e Duas Águas, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), estiveram estreitamente articuladas com as politicas e com recursos do MDA e contando com a participação na sua elaboração e execução com as várias das entidades representadas no CONDRAF.

Neste momento em que há ameaças de retrocessos na jovem democracia brasileira, nas políticas de desenvolvimento bem como nas políticas sociais, as entidades abaixo assinadas querem reafirmar a necessidade da manutenção do governo Dilma Rousseff, eleito pelo voto popular majoritário.

Ressaltamos que não serão admitidas quaisquer tentativas de desmonte das estruturas que sustentam a efetivação de referidas políticas públicas, nem mesmo propostas que atentem contra a existência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), e contra os processos de demarcação dos territórios indígenas, ameaçados pela PEC 215, e de regularização dos territórios das comunidades tradicionais.

Destacamos a necessidade de manutenção do MDA e das politicas por ele executadas, bem como do seu modelo de participação social através do CONDRAF, sem que se altere o seu conteúdo original que fez do Brasil um modelo defendido inclusive pela FAO. Os milhões de beneficiários destas políticas não permitirão que as mesmas sejam eliminadas ou deturpadas sem uma forte reação de caráter nacional.

Assinam este manifesto:
AARJ – Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro
ABA – Associação Brasileira de Agroecologia
ACTIONAID
AEFAJAR – Associação Escola Família Agrícola de Jaru
AEFARO – Associação das Escolas Família Agrícola de Rondônia
AGABIO – Associação dos Agricultores Guardiões da Agrobiodiversidade de Tenente Portela, RS
AGAPAN Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural
AGEFA – Associação Gaúcha das Escolas Famílias Agrícolas
Agrorede – Núcleo Interdisciplinar de Agroecologia em Rede, UFBA
AMA – Articulação Mineira de Agroecologia
AMA – Articulação Mineira de Agroecologia
AMASE – Associação Mão no Arado de Sergipe
AMEFA – Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícola
ANA – Articulação Nacional de Agroecologia
AOPA – Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia, PR
APA – Articulação Paulista de Agroecologia
APA-TO – Alternativas para Pequena Agricultura no Tocantins
Articulação Estadual pela Educação do Campo em Rondônia
Articulação Nacional de Agroecologia – Amazônia
ASA – Articulação Semiárido Brasileiro
ASPTA – Agricultura Familiar e Agroecologia
ASSEMA – ASSOCIAÇÃO EM ÁREAS DE ASSENTAMENTO NO ESTADO DO MARANHÃO
ASSESOAR, PR
Associação Agroecológica TIJUPÁ, MA
Associação de Agricultores Orgânicos de Vargem Grande, Rio de Janeiro-RJ
CAA – Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, MG
CAA-NM – Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais
CAATINGA – PE
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida
CAPINA – Cooperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa
CDJBC – SE Centro de Assessoria e Serviços aos Trabalhadores/as da Terra Dom José Brandão de Castro
CEDRO – Cooperativa de Trabalho, Consultoria, Projetos e Serviços em Sustentabilidade
Centro Ecológico
Centro Sabiá, PE
CERES – Centro de Estudos Rurais, UNICAMP
CETAP – CENTRO DE TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS POPULARES
CETRA, CE
COAOPA – Cooperativa de Agricultores Orgânicos e de Produção Agroecológica
Coletivo Nacional de Agricultura Urbana
CONAQ – COORDENAÇÃO DE ARTICULAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS
CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
Cooperativa CEDRO
CSA Brasil – Comunidade que Sustenta a Agricultura
CTA-ZM – Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata
ECOOTERRA
ESPLAR- CENTRO DE PESQUISA E ASSESSORIA
EVA/UFS – Núcleo de Estudos e Vivências Agroecológicos
FASE-Solidariedade e Educação
FBSSAN – Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
FETRAF – Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar
GEAU – Grupo de Estudos em Agricultura Urbana
GIAS MT – Grupo de Intercâmbio em Agroecologia de Mato Grosso
Grito dos Excluídos Continental
Grupo de Agroecologia Timbó- Botucatu, SP
Grupo Semente – Semeando para o desenvolvimento socioambiental
GT saúde e ambiente da ABRASCO – Associação Brasileira de Saúde Coletiva
IBASE – Instituto Brasileiros de Análises Sociais e Econômicas
Instituto Centro de Vida
Instituto Uruçu – Sergipe
IRPAA – Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, BA
ISPN – Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN)
MMC – Movimento de Mulheres Camponesas
MMTR NE – Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste
MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores
MST – Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
MUDA SP Movimento Urbano de Agroecologia, São Paulo
Núcleo de Ciências Humanas da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Rondônia
Núcleo de Estudos e Vivências Agroecológicos – EVA/UFS
PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul
PESACRE – Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre/PESACRE
Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica de São Paulo
Quilombo Vargem “Associação dos moradores e remanescentes do quilombo CafundáAstrogilda”, Rio de Janeiro – RJ
RAMA – Rede de Agroecologia do Maranhão
REDE – Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, MG
Rede de Agroecologia de Pernambuco
Rede de Agroecologia Terra Sem Males, Rondônia
Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, MG
REDE ECOLÓGICA – RJ
REDE ECOVIDA DE AGROECOLOGIA
Rede Nordeste de Núcleos de Agroecologia
REGA – Rede dos Grupos de Agroecologia do Brasil
REMA – Rede Maniva de Agroecologia, AM
RESEA – Rede Sergipana de Agroecologia
SASAC – SE – Sociedade de Apoio Socioambientalista e Cultural
SASOP – Serviço de Assessoria às Organizações Populares
Serra Acima – Associação de Cultura e Educação Ambiental
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém, PA
Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnobiologia
TERRA DE DIREITOS
THEMA – Programas e Projetos Alternativos
UFBA/Núcleo Interdisciplinar de Agroecologia
UNEFAB – União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil
UNICAFES – União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária
VERDEJAR SOCIOAMBIENTAL
VP ConsultoriaNutricional