rsz boas vindasComeçou nesta manhã (30) o XV Encontro Regional Agroecologia Nordeste (ERA), na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Bananeiras. Cerca de 400 estudantes de todos os estados da região estão reunidos para trabalhar como a universidade pode estar mais próxima dos agricultores na construção do fortalecimento do processo de transição agroecológica. O encontro é realizado pela Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), Rede Paraibana dos Estudantes de Agroecologia, Movimento Agroecológico (MAE) e Federação dos Estudantes de Zootecnia do Brasil.

 

Segundo Felipe Seles, representante da FEAB no estado, o encontro deste ano traz uma metodologia diferente com visitas a experiências agroecológicas na região, o que exige um grande esforço da comissão organizadora. Ele explicou que o ERA passa por quatro eixos temáticos norteadores, nos quais os participantes vão se dividir por grupos: agroecossistemas, agroecologia e política, educação e o campo e suas opressões.

“Vamos também garantir o diálogo nos espaços, só teremos plenária no início e no fim do encontro. Haverá um ato público no sábado levando à sociedade o que estamos discutindo. A estadia é auto gestionada, tudo limpo e organizado por nós. Temos como expectativa possibilitar um acúmulo prático e teórico sobre o debate de transição agroecológica, bem como no fortalecer a articulação dos estudantes de agroecologia no estado da Paraíba. Esse evento também traz uma nova perspectiva de metodologia que são os carrosséis, tendo como finalidade garantir a construção coletiva do debate da agroecologia pautada pelos participantes do evento”, afirmou.

O campus que está sediando o encontro está completando 91 anos de resistência, lembrou Alexandre Eduardo, professor de metodologias participativas de extensão rural da UFPB. É muito contagiante ver estudantes da nova geração com energia numa marcha de ruptura do ponto de vista social, político e cultural para outra sociedade, complementou.

“Vocês são protagonistas dessa luta. Agradecemos a contribuição que estão deixando em nossa escola, teremos vários trabalhos técnico científicos, trabalhos sobre experiência. A ciência também é militante, o pesquisador está de um lado e se coloca na sociedade. Contribui para a devastação do planeta terra ou por um lugar mais sustentável. O nosso projeto de sociedade passa pela reconstrução de uma universidade mais popular. O ERA é a resistência política na marcha para utopia”, disse.

É emocionante ver que tem muita gente que acredita na agroecologia e compartilhar nossas experiências para continuar nessa luta, falou Artur Fernando Costa, da Coordenação Nacional da FEAB. Desde sua fundação, a Federação protagoniza um novo modelo de agricultura, surgindo os encontros de agricultura alternativa que hoje virou o Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), previsto para setembro em Belém (PA).

“Os passos do movimento estudantil ainda reverberam com a mesma motivação, a FEAB continua debatendo com os estudante para termos uma matriz curricular de agroecologia. Nossa principal pauta é trazer para dentro do curso de agronomia a agroecologia, não como cadeira isolada ou optativa, queremos uma matriz curricular que paute as demais matérias. Promover atividades que para enriquecer nossa formação profissional e pessoal. Quando a gente se encontra assim com tantas pessoas debatendo a agroecologia conseguimos perceber a dimensão do movimento estudantil e sua capacidade de transformação social”, afirmou. 

A professora Teresinha Domiciano Dantas, diretor Centro Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), explicou que o curso do campus tem como temática a transformação sócio cultural da vida política do campo. Desde a primeira conversa com a comissão organizadora expressamos o interesse do encontro ser aqui pelo compromisso do nosso campus com a agroecologia desde sua fundação, acrescentou.

“Em 2008 na discussão do Reune colocou como meta fundamental após uma discussão dos docentes, criar o curso de bacharelado de agroecologia. Desde então todas as contratações, inclusive dos laboratórios, foram direcionadas para o fortalecimento dessa área. Todos os projetos e pesquisas têm mais de 60% direcionados para essa temática. Criamos o curso de pós graduação de ciências agrárias e agroecologia, e neste ano vamos fortalecer essas questões”, disse.