Por Natália Souza,
[ Segura!! Vai partir!! – Este trem vai rumo à vida – grita o maquinista. É o trem de doido, o trem da diversidade, o trem do movimento que carrega povos, sonhos e resistências. É com muita alegria que iremos embarcar em mais uma Caravana Agroecológica e Cultural. Dessa vez estamos organizados através do Comboio Agroecológico do Sudeste, um projeto que põe em movimento Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo para juntos fortalecer a agroecologia nesse país. Cada estado vai fazer sua Caravana, mas agora é a vez de Minas Gerais. Serão 4 rotas diferentes, partindo dos respectivos estados rumo ao Vale do Jequitinhonha, rumo ao grande encontro em Araçuaí] – Caderno do Participante | Caravana Agroecológica e Cultural Rumo ao Vale do Jequitinhonha
Atentar-se para suas diferentes paisagens, conflitos, anúncios e denúncias que marcam as histórias locais de resistência e embalam as rotas dos caravaneiros dos quatro estados do sudeste rumo ao Jequitinhonha. Essa é a I Caravana Agroecológica e Cultural da Região Sudeste que acontece de 16 a 22 de novembro, promovida pelo Projeto “Comboio Agroecológico”, realizado pela Universidade Federal de Viçosa em parceria com grupos agroecológicos e outras universidades da região. Diferentes rotas partem rumo ao Jequitinhonha, levantando poeira e promovendo intercâmbio de experiências e interação cultural por onde passam.
No percurso Zona da Mata, Rio Doce e Montes Claros, Viçosa, Itaobim, Araponga, Itinga, Diamantina e Turmalina. São os diferentes caminhos que se encontrarão no sertão de Minas Gerais, trazendo na bagagens reflexões e práticas concretas que permitam acumular pistas sobre: “Por que interessa à sociedade apoiar a Agroecologia?”, indagação que prossegue com o movimento agroecológico desde o processo preparatório Rumo ao III ENA, realizado em maio em Juazeiro da Bahia. Além de incentivar a postura investigativa e intercâmbio entre os participantes do projeto, a proposta metodológica das Caravanas busca explicitar os conflitos territoriais envolvendo as experiências de resistência camponesa.
Do Rio de Janeiro, um grupo de 25 pessoas partiu na madrugada do dia 17/11, reunindo representantes da região Norte, Serramar, Metropolitana, estudantes, pesquisadores e demais representantes que seguiram rumo a Minas Gerais levando a diversidade de experiências do estado no enfrentamento aos conflitos territoriais que atingem as comunidades rurais e ameaçam a produção e vida dos pequenos agricultores/as.
O grupo que reuniu membros das entidades e experiências que compõe a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), já percorreu o assentamento do MST em Goaianá, o Quilombo Botafogo e desembarcou no Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) de onde parte para a nova rota, no dia 18.
“Lá vem o sol e que venha a chuva. Olha o Comboio no meio da rua!!”
Mais informações em breve, nas próximas estações e paradas desse Comboio Agroecológico e Cultural.
(*) Fotos: Mariana Telles