logo caravana rioDurante os dias 19 e 21 de novembro, será realizada a Caravana Agroecológica e Cultural do Rio de Janeiro. Nos três dias de atividades, agricultoras, agricultores, organizações não governamentais, entidades de pesquisa e estudantes estarão envolvidos em uma programação que inclui visitas a experiências de agricultura urbana e periurbana, atividades culturais e feiras, assim como a promoção de espaços para o debate sobre as questões de conflito ambiental e territorial nesta região, que vem sistematicamente invisibilizando a agricultura familiar através de seus órgãos oficiais.

Programação – Os participantes da Caravana passarão pela cidade do Rio de Janeiro e por Nova Iguaçu, na região metropolitana, para visitar os êxitos das experiências agroecológicas, bem como conhecer de perto os impactos ambientais e sociais gerados pelos megaempreendimentos que excluem as populações mais pobres da cidade. Para debater esse modelo de desenvolvimento, assim como construir alternativas social e ambientalmente mais justas, estão sendo organizados momentos de atividades internas às organizações ligadas à Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ) e atividades abertas ao público.

A abertura da jornada acontecerá no entorno da Baía de Sepetiba, um local simbólico onde se observam inúmeros impactos ao agroecossistema em função da implantação do Porto de Sepetiba e, em especial, à implantação da TKCSA. Mas, também em Sepetiba, encontram-se diferentes experiências de agricultura urbana, que têm favorecido a segurança alimentar e nutricional da comunidade de tradição pesqueira. Dona Leda, uma das agricultoras urbanas com experiência nesse local relata, com saudades, do tempo em que utilizavam o pescado na alimentação. Hoje, ela e suas vizinhas utilizam o cultivo dos seus quintais para a complementação alimentar.

De lá, os participantes seguem para a segunda experiência, um quintal produtivo na Vila Autódromo, situada às margens da Lagoa do Camorim, na Baixada de Jacarepaguá. Essa comunidade tem uma larga experiência de resistência na luta pela terra. Tem sua origem em uma comunidade de pescadores e, muito embora a pesca esteja inviabilizada na Lagoa que encontra-se completamente assoreada, o vínculo histórico da pesca e da agricultura se mantém vivo na comunidade. São as mulheres, que junto com a Jane Nascimento, se organizaram para a implantação e manutenção de uma horta comunitária.

No final do dia, a Caravana chega à Comunidade Astrogilda, em Vargem Grande. Trata-se de um assentamento tradicional no interior do Parque Estadual da Pedra Branca. Lá reside a quinta geração da matriarca Astrogilda, uma ex-escrava. Na comunidade mora Pedro Mesquita, o primeiro agricultor da cidade do Rio de Janeiro a obter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) por meio da sua participação na Rede Carioca de Agricultura Urbana, uma articulação de instituições e pessoas que trabalham para o fortalecimento na Agricultura Urbana na cidade do Rio de Janeiro. E também foi por meio da Rede, que Pedro Mesquita conseguiu acessar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e fornece alimento agroecológico para duas escolas públicas de Vargem Grande. Essa experiência será visitada com a participação dos estudantes, diretor e professores da primeira escola do Rio a adquirir alimento produzido na própria cidade.

No terceiro dia, os caravaneiros passarão pela Feira da Roça de Nova Iguaçu. Além de conhecer a experiência exitosa da feira, será realizado um ato público apresentando à sociedade os malefícios dos alimentos transgênicos e com agrotóxicos. Após o ato, a Caravana chega à Marapicu, o assentamento rural mais antigo do estado do Rio de Janeiro. Lá serão visitadas várias experiências e será realizada uma oficina sobre o uso tradicional de plantas medicinais e o preparo de remédios caseiros do Grupo Fitocam.

III ENA e a metodologia das Caravanas

As Caravanas Agroecológicas e Culturais compõem o processo de preparação do III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), que será realizado no primeiro semestre de 2014, em Juazeiro, na Bahia. As caravanas têm por objetivo estimular dinâmicas capilarizadas de mobilização social, visando um mergulho em distintas realidades nas quais a agroecologia e o agronegócio disputam espaço físico, político e ideológico como expressão de projetos opostos para o mundo rural.

Também é objetivo destas mobilizações o debate acerca dos variados contextos socioambientais e culturais em que o campo agroecológico vem se constituindo no Brasil. A Caravana da Região Metropolitana ganha força com o sucesso da realização das Caravanas da Zona da Mata de Minas Gerais, Santarém, Bico do Papagaio e Chapada do Apodi no Ceará.

A Caravana Agroecológica e Cultural da Região Metropolitana do Rio de Janeiro está sendo realizada pelas organizações que compõem a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ).

ATIVIDADES PÚBLICAS

Dia 20/11, quarta-feira

Exposição e Roda de Conversa no Largo de Vargem Grande – 11h às 13h.
Estrada dos Bandeirantes, altura do número 24000

Pagode e Poesia – 17h às 20h
Ato Cultural pelo Dia da Consciência Negra
Rua Luiz Borracha, 722, Alto Mucuíba, Vargem Grande

Dia 21/11, quinta-feira

Feira da Roça de Nova Iguaçu – 9h às 11h
Praça Rui Barbosa – Centro

Mais informações: www.facebook.com/caravanaagroecologicariodejaneiro