Muitas caravanas agroecológicas estão previstas durante a preparação do III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), que deve ocorrer no primeiro semestre de 2014. Para falar sobre a que será realizada no Acre, no mês de setembro, conversamos com José Rodrigues de Araújo, presidente de uma associação da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes e diretor do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).
De Araújo participou das atividades na zona da mata, ele analisa como foi a realização da caravana e apresenta algumas perspectivas para o evento na sua região. Segundo ele, no Acre há muita dificuldade de locomoção devido à distância dos municípios e, por isso, provavelmente só haverá uma rota.
Qual a sua avaliação, enquanto observador e uma das lideranças de uma futura caravana, da realização do evento na zona da mata?
É um momento de experiência, porque a gente também está pensando em fazer a próxima caravana lá no estado do Acre no mês de setembro. Isso tem servido bastante para organizarmos a nossa. Sabemos que não é fácil, e temos visto aqui que os municípios são próximos e as rotas e atividades são facilitadas por conta disso. No Acre temos uma dificuldade grande porque os lugares são distantes, mas isso nos ajudou na questão da organização e para fazer as rotas, para que a gente possa estar seguindo.
O nosso pensamento mudou, queremos que tenha mais envolvimento da comunidade. Porque a gente percebeu que aonde você chega só tem a pessoa que mora explicando a experiência, e a ideia é que você esteja fazendo com que toda a comunidade próxima participe durante a visita. Assim estaremos divulgando o papel da agroecologia, então a gente quer envolver toda a comunidade por onde você passa. Avalio que essa caravana foi ótima, maravilhosa, teve coisa que a gente não tinha nem ideia, e isso nos trouxe elementos para a gente fazer a nossa em setembro no Acre.
Vocês têm se reunido, já pensaram na rota, etc?
Nós sentamos na véspera de vir para cá, definimos que vamos fazer no Acre, e temos a rota pensada: visitas no plano de manejo, na Resex Chico Mendes, numa área indígena e em outro assentamento que eles trabalham exatamente só com agricultura sem agrotóxicos. Mas não é fácil, porque os municípios são muito distantes. Tem lugares que chega de barco, outros carro e também a pé. Isso é bom para trabalhar essa situação, porque no estado as coisas são longe. Na rota vamos conhecer o nosso potencial, e uma parte de tudo. A ideia é também divulgarmos nossas ações e empreendimentos, como a fábrica de camisinha e de taco.
Algum recado para a caravana da Zona da Mata?
Queremos parabenizar o pessoal do Centro de Tecnologias Alternativas (CTA) e todos que ajudaram a realizar a caravana, sabemos que não é fácil organizar um evento deste tamanho. E agora dizer que a próxima é a nossa missão, que não é fácil, mas se tudo der certo vai acontecer lá no Acre.