dia mundial do meio ambienteOs manifestantes levaram um boneco de Carlos Minc com nomes de “empreendimentos que prejudicam a natureza e as populações”. As marcas foram coladas no colete, tradicional vestimenta do secretário do Ambiente. A alegoria, que exibia os símbolos de empresas como EBX e Chevron, foi enforcada.

Minc foi acusado de conceder licenças ambientais por pressões econômicas. Jacir do Nascimento, do bairro carioca Santa Cruz, denunciou os impactos na saúde dos moradores do entorno da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). Ele disse ainda que mais de 8 mil pescadores deixaram de trabalhar na região desde a chegada da empresa.

Sobre o tema, Marcelo Freixo informou que o Psol entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o governo estadual. O deputado denunciou que a administração de Sérgio Cabral (PMDB) chamou de diferimento o valor de 552 milhões de reais dado à CSA. Ele disse que essa foi uma “maneira clara de burlar a lei”, já que o adiantamento foi concedido “para a compra de artigos fixos, como máquinas, que não poderão ser vendidos e não darão retorno ao Estado”.

Nesse sentido, o deputado ressaltou que a prática é uma “isenção ilegal” que favorece um “progresso vazio que vitima principalmente os mais pobres”. Hertz Leal, do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio, concordou que o meio ambiente está sendo agredido pelo atual modelo de desenvolvimento que não visa o interesse público, gerando uma cidade voltada para o lucro.

Leal criticou a economia verde, que será defendida durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Já o padre Geraldo João Lima, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), lembrou que os impactos dessa política têm afetado as cidades, mas também o campo. Por isso, defendeu a agroecologia contra o agronegócio, que “não planta pensando na saúde dos povos”.

Manifestações como essa no Rio de Janeiro, cidade que recebe a Cúpula dos Povos, ocorreram em outras partes do Brasil. Países como Colômbia, Argentina, Honduras, República Dominicana, Espanha, Suíça, Suécia, País Basco, Bélgica e Estados Unidos também realizaram atividades contra a mercantilização da natureza e em defesa dos bens comuns, eixos do evento alternativo à Rio+20.

(*) Matéria publicada originalmente na página da Pulsar Brasil. Foto: Fábio Caffé.