Foi lançada nesta quinta-feira, 1º de março, uma campanha mundial de incentivo a pequenos agricultores e pela reformulação no sistema de produção e distribuição de alimentos, medidas consideradas fundamentais para o combate à fome no planeta.

A mobilização proposta pela organização internacional Oxfam tem como base a premissa de que a quantidade de comida produzida hoje é suficiente para alimentar todos e que, se hoje cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome, é porque há problemas graves relacionados à concentração de terras e recursos. A campanha é composta pelos três vídeos abaixo disponibilizados e uma página especial no facebook.

O documento com dados e informações que fundamentam o posicionamento da organização pode ser acessado a partir deste link, com versões disponíveis em inglês, francês, espanhol e português, em formato PDF ou texto. Entre as propostas defendidas pela organização estão a criação de uma governança global para evitar crises alimentares. “A prioridade dos governos deve ser combater a fome e reduzir a vulnerabilidade – gerando empregos e investindo em adaptação climática, redução de riscos de desastres e proteção social. A governança internacional – para o comércio, a ajuda alimentar, os mercados financeiros e as finanças para o clima – deve ser transformada para reduzir os riscos de choques futuros e permitir uma reação mais eficaz quando eles ocorrerem”, diz o texto, que propõe ainda que sejam priorizadas “as necessidades dos pequenos produtores de alimentos nos países em desenvolvimento – onde importantes ganhos em produtividade e resiliência podem ser atingidos. Os governos e as empresas devem adotar políticas e práticas que garantam o acesso dos agricultores aos recursos naturais, à tecnologia e aos mercados”.

A Oxfan defende que não há dúvidas sobre a necessidade de priorizar de investimentos em pequenos agricultores em vez de seguir destinando recursos públicos para a expansão de monocultivo em latifúndios. “A razão para um investimento maciço do governo na agricultura de pequena escala e na infraestrutura de apoio é clara. Os 500 milhões de pequenas propriedades dos países em desenvolvimento sustentam quase dois bilhões de pessoas, aproximadamente um terço da humanidade,148 e o fazem sem acesso a mercados, terras, financiamento, infraestrutura e tecnologias, ao contrário das grandes propriedades. Tentar resolver essa desigualdade é uma oportunidade ímpar para enfrentar os desafios da produção sustentável, da resiliência e da equidade”, diz o texto.